Parintins: O que esperar de um futuro próximo, em relação à Pandemia 

O objetivo é conscientizar, melhor, lembrar que o Sistema de Saúde já mostrou não suportar a demanda num alto número de contaminados e precisando primariamente do auxílio de um bem que existe na natureza, o Oxigênio.

Parintins: O que esperar de um futuro próximo, em relação à Pandemia  Foto Fiscalização EMTT PIN Notícia do dia 13/04/2021

Desde o nascimento nós, seres humanos, buscamos desvendar “mistérios”, compreender o novo e aguçar a curiosidade, mesmo quando temos respostas certas. Decerto vamos ao encontro da mitologia de Pandora, da Grécia Antiga. Pandora quando enviada à terra por Zeus trouxe consigo uma caixa e aconselhada pelos deuses de não abri-la, em hipótese alguma. Mas abriu! Ali continha todos os males que até hoje, à princípio, assolam o mundo. Nada diferente do contexto no qual vivemos. Sabemos de todos os perigos e, apesar dos “conselhos”, seguimos a direção contrária da Pandemia, mesmo tendo passado por dois grandes e tristes picos do contágio no Amazonas, logo em Parintins.

Desde a abertura do comércio anunciada pelo Comitê de Combate ao Covid-19, no último dia 23 (vinte e três) de março e estendida por mais quinze dias no início de abril, o que temos presenciado é uma realidade parecida à mitologia de Pandora. Estabelecimentos que comercializam bebida alcoólica lotados e pasmem, ambiente fechados e climatizados, não somente, mas também supermercados e outros insistem em ir contrariamente aos conselhos e advertências das autoridades de saúde quanto as medidas de segurança.

O artigo não tem a intenção de levantar um novo debate sobre o fechamento total do comércio, longe de qualquer atitude, pois sabemos da grande desigualdade social que permite que uns se isolem e força que outros se exponham ao perigo. O objetivo é conscientizar, melhor, lembrar que o Sistema de Saúde já mostrou não suportar a demanda num alto número de contaminados e precisando primariamente do auxílio de um bem que existe na natureza, o Oxigênio.

 

Parintins chegou a ter um número de 143 (cento e quarenta e três) pessoas internadas, como mostra o boletim do dia 24 de janeiro de 2021 da prefeitura, e já matou um total de 327 (trezentos e vinte e sete) parintinenses, desde março de 2020, sem contar aqueles que morreram de Síndrome Respiratória Aguda Grave – SRAG, que não tiveram seu diagnóstico positivado para o/a Covid, por mera grosseria do vírus que não deu-lhes tempo sequer de lutar pela vida.

 

À grosso modo, não existirá tempo enquanto houver egoísmo e o egocentrismo sobressair ao direito à vida. Não discutamos aqui política de direita, do “é uma gripezinha”, de esquerda, “tudo culpa do Bozo”, mas discutamos aqui irresponsabilidades de todos que custarão vidas.

 

Até quando teremos espaços públicos e privados lotados, sem o uso de máscara, sem distanciamento social e outros cuidados que podem, de alguma forma, preservar vidas, famílias e lágrimas?

 

Há 3 (três) semanas a internet tem lotado de imagens que impressionam quanto a tantos estabelecimento que não atendem o decreto municipal e não respeitam os 30% de lotação, como previsto no texto. Ocorre é que, além disso representar um perigo à vida, representa um novo perigo de fechamento do próprio estabelecimento, caso ocorra uma 3ª (terceira) onda como o Secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Capêlo, relatou à impressa no último dia sete de abril, em Manaus. Agora a reflexão cabe aos donos e empresários de estabelecimentos que atraem dezenas de pessoas. Respeitar para viver, ou desrespeitar para morrer e falir.

 

Por fim, o Sistema Único de Saúde - SUS nos dar possibilidades de tratamento em baixa, média e alta complexidade, mas dependerá, agora, da sensatez e sensibilidade daqueles “desavisados” para que tão logo voltemos à vida normal, sem precisar passar por uma unidade de saúde e, muito menos, precisar de um atendimento mais complexo, uma vez que ainda não temos UTI´s em Parintins e por ora estar em falta em todo Brasil. Precisamos pensar que ainda teremos muito tempo para confraternizar, mas que agora o tempo é o inimigo daqueles que poderão estar na média nacional de 4 (quatro) mil brasileiros que morrem diariamente com um desejo apenas de... respirar.

 

Vida longa a todos nós!

 

Por Franciney Silva – Graduado em Geografia e Especialista em Educação - UEA